Esse texto foi enviado pelo Gilberto Sebrão,é muito interessante ser compartilhado!
Terapia da Fala
A Terapia da Fala com crianças com Perturbação da Comunicação e da Relação tem que ser
sensível às dificuldades específicas da perturbação e às diferenças individuais de cada criança.
Isto pressupõe uma avaliação cuidada e muito mais abrangente do que com outras patologias,
uma vez que estas crianças apresentam graves alterações não só de linguagem, mas de comunicação,
nomeadamente da comunicação não-verbal.
Estas dificuldades são evidentes quer ao nível da compreensão – no processamento da informação
verbal e não-verbal, quer ao nível da expressão – na utilização do gesto natural, do gesto codificado e da palavra para entrar em comunicação com o outro.
Torna-se assim fácil de perceber que as formas comunicativas mais usadas por estas crianças
são formas pré-simbólicas não convencionais (movimento global do corpo, grito, manipulação).
Estas formas servem um leque muito restrito de intenções comunicativas. As crianças usam a
comunicação quase exclusivamente para pedir objectos, pedir acções e rejeitar, ou seja, para a
categoria pragmática de Regular o Comportamento do Outro, mas não para as categorias
pragmáticas de Interacção Social – chamar a atenção para si – e de Atenção Conjunta – orientar
a atenção do outro para objectos e acontecimentos interessantes, com o propósito de partilhar
a experiência com essa pessoa (Wetherby & Prutting, 1984).
A Terapia da Fala tem, assim, como objectivo fornecer à criança instrumentos convencionais
de comunicação, pré-simbólicos e simbólicos, alargando as suas intenções comunicativas às categorias
pragmáticas não utilizadas.
Pretende-se que a criança comece a usar gestos naturais como a alternância do olhar, o apontar
(proto-imperativo para a intenção comunicativa de Pedir e proto-declarativo para a Atenção
Conjunta), a expressão facial, o acenar com a mão e com a cabeça, o beijar e abraçar, como
formas comunicativas pré-simbólicas convencionais.
Como objectivo último, pretende-se que a criança venha a utilizar formas comunicativas
simbólicas: a palavra, o gesto codificado e o símbolo codificado. Para isso, é utilizado como
principal estratégia de intervenção o Programa de Linguagem do Vocabulário Makaton, desenvolvido
por Margareth Walker nos anos 70, que pressupõe a utilização de gestos (retirados da
Língua Gestual Portuguesa) e símbolos a acompanhar a fala.
A Terapeuta da Fala, os pais e os outros interlocutores são liderados pela modalidade preferida pela criança, fornecendo-lhe estrutura
e consistência nas interacções comunicativas em todos os contextos. Nas crianças que
apresentam uma linguagem emergente com poucas palavras altamente funcionais, este programa
também é utilizado, pois fornece um meio de aumentar o vocabulário e de iniciar a construção de
frases.
Nas crianças verbais, a intervenção da Terapeuta da Fala incide no desenvolvimento da
compreensão e da expressão verbal, essencialmente nas suas vertentes Semântica e Pragmática,
áreas sempre em défice. Também com as crianças verbais a comunicação não verbal é trabalhada
em simultâneo.
Pretende-se que estas crianças desenvolvam progressivamente uma motivação para comunicar,
através de formas comunicativas facilmente compreensíveis pelo outro, abram e fechem cada
vez mais ciclos de comunicação com os diferentes interlocutores, o que se vai traduzir numa
maior autonomia, funcionalidade e independência.
Para atingir estes objectivos utilizam-se algumas estratégias:
- Introdução de uma terceira pessoa na sessão, para servir de modelo de comunicação;
- Partir dos interesses individuais de cada criança (personalização da linguagem);
- Dar intencionalidade e significação a todo e qualquer sinal comunicativo;
- Criar situações facilitadoras da utilização funcional da comunicação/linguagem em
diferentes contextos;
- Utilização de suportes visuais à oralidade:
Gesto natural, objectos, fotografias, imagens, etc.;
- Utilização de comunicação aumentativa, nomeadamente do Programa de Linguagem
do Vocabulário MAKATON, gesto codificado e símbolos gráficos, em simultâneo
com a fala;
- Redução da complexidade da linguagem pelo terapeuta.
- Adaptação às competências linguísticas da criança (nível da palavra isolada, duas palavras,
três ou mais palavras);
- Ênfase na entoação, ritmo e melodia (Prosódia);
- Ênfase na expressão facial e mímica corporal.
foor time: http://sites.google.com/site/autismoemfoco/floortime
e son-rise: www.inspiradospeloautismo.com.br
ler tb texto no final do e-mail- Terapia da Fala
Desenvolvido pelo psiquiatra infantil Stanley Greenspan, Floortime (ao pé da letra tempo no chão) é um método de tratamento que leva em conta a filosofia de interagir com uma criança autista. É baseado na premissa de que a criança pode melhorar e construir um grande círculo de interesses e de interação com um adulto que vá de encontro com a criança independente do seu estágio atual de desenvolvimento e que o ajuda a descobrir e levantar a sua força.
A meta no Floortime é desenvolver a criança dentro dos 6 marcos básicos para a plenitude do desenvolvimento emocional e intelectual do indivíduo. Greenspan descreveu os 6 degraus da escada do desenvolvimento emocional como: noção do próprio eu e interesse no mundo; intimidade ou um amor especial para a relação humana; a comunicação em duas vias (interação); a comunicação complexa; as idéias emocionais e o pensamento emocional. A criança autista tem dificuldades em se mover naturalmente através desses marcos, ou subir esses degraus, devido à reações sensoriais exacerbadas ou diminuidas e/ou a um controle pobre dos comandos físicos.
No Floortime, os pais entram numa brincadeira que a criança goste ou se interesse e segue aos comandos que a própria criança lidera. A partir dessa ligação mútua, os pais ou o adulto envolvido na terapia, são instruídos em como mover a criança para atividades de interação mais complexa, um processo conhecido como " abrindo e fechando círculos de comunicação". Floortime não separa ou foca nas diferentes habilidades da fala, habilidades motoras ou cognitivas, mas guia essas habilidades propriamente, enfatizando o desenvolvimento emocional. A intervenção é chamada Floortime porque os adultos vão para o chão, para poder interagir com a criança no seu nível e olho no olho.
PARA ENTENDER MELHOR - Link de fotos de uma escola para autistas nos EUA ( Escola chamada "Celebrando as Crianças") que utiliza o Floortime.
http://www.time.com/time/photoessays/2006/autismschool/
FOTO DA CAPA: O paraprofissional Dan Cherry entra no Floortime com Alex Jimenez na escola de Linden. A meta nesse método de ensino é fazer uma conecção emocional mesmo com a mais prejudicada das crianças.
1ª FOTO: Cresça e Brilhe! O professor dançando com o estudante durante o "ciclo da manhã" que ajuda a elucidar as mudanças emocionais, a atenção e a participação.
2ª FOTO: O Tráfego! 3 estudantes na linha de chegada de um jogo chamado: "luz vermelha, luz verde", o qual é usado para reforçar o equilíbrio e o planejamento das habilidades motoras dos estudantes.
3ª FOTO: Jogo de Concentração! Um estudante joga travesseirinhos de feijão dentro de um balde, pendurado numa espécie de balanço, como parte de um reforço para estimular o sistema sensorial das crianças e aumentar a capacidade de pensar e se relacionar com situações novas.
4ª FOTO: A Teoria do Fio! A professora "embrulha" o estudante com barbante durante o "ciclo da manhã" quando a criança interage jogando e cantando. Isso ajuda aos estudantes e ao staff a dividir emoções e resolver os problemas.
5ª FOTO: O Plano de Ação! Rotinas visuais como esta da foto são usadas para ajudar e dar suporte as habilidades do estudante em planejar e seguir as atividades a cada dia.
6ª FOTO: Hora de estorinhas! Estudantes e a professora numa hora de relaxamento depois do almoço.
7ª FOTO: Relaxando o estresse! Um estudante mais velho mostrado aqui lendo e relaxando as tensões apertando uma bolinha de borracha, assim ele é encorajado a utilizar objetos sensoriais discretos para dar suporte ao seu equilíbrio emocional e ajudá-lo a pensar e participar por longos periodos. O simples uso desse tipo de ferramenta, pode fazer uma grande diferença nas habilidades de serem bem sucedidos nas atividades escolares.
8ª FOTO: Cheque Mate! 2 estudantes mais velhos jogando xadrez nas suas horas de descanso, uma hora em que muitos escolhem participar de atividades intelectuais. Assim os bons amigos estão aprendendo a respeitar as diferenças e reconhecer as suas próprias necessidades sensoriais.
9ª FOTO: Laços que unem! 2 alunos se beijando e se abraçando enquanto se balançam numa gangorra na sala sensorial, onde os alunos são encorajados a trabalhar em pares e se unir em atividades de integração sensorial.
10ª FOTO: O Construtor! Um aluno posa junto a sua escultura feita de macarrão espagueti e marshmallows. Os estudantes constroem estruturas do tipo pirâmides e cubos enquanto aprendem sobre desenho e equilíbrio.
http://www.maoamigaong.trix.net/brincando.htm
Idéias para brincadeiras com crianças autistas. Na apostila no link do ABA também tem sugestões.