É preciso conhecer

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terça-feira, 27 de abril de 2010

Atendimento especializado é o caminho

Na opinião da psiquiatra e psicóloga Michele Kamers, professora do departamento de Psicologia da Furb, instituições que atendem a crianças com traços autísticos funcionam como escola especializada. Para ela, o ideal seria a busca de tratamento com algum profissional da psicologia, que visa a reorganização dos laços familiares para tratar o problema.

Paralelamente ao atendimento direcionado, as crianças com autismo podem frequentar o ensino regular, direito garantido por lei.

De acordo com a diretora da Instituição Inspirados pelo Autismo, Mariana Tolezani, o envolvimento dos pais é fundamental.

A instituição trouxe a aplicação de um dos métodos de tratamento para o Brasil, o Son-Rise (veja quadro), que é transmitido a pais e profissionais em workshops.

– O que despertou o meu interesse no Son-Rise foi o diferencial na abordagem lúdica respeitosa para a valorização do relacionamento com as pessoas com autismo, para auxiliar a pessoa a desenvolver suas habilidades sociais, emocionais e cognitivas por meio de interações prazerosas e motivadoras. Considero de muita eficácia que os pais sejam treinados, fazendo sessões domiciliares – afirma Mariana.

A maioria dos tratamentos é voltada para crianças que apresentam traços autísticos, que podem se desenvolver muito além das expectativas ou ainda reverter o quadro.

De acordo com Michele, em adultos, como o quadro de desenvolvimento já está estabelecido e, por vezes, avançado, os tratamentos consistem em criar condições de vida mais humanizadas para o paciente.

- Falta de interação social – preste atenção se o seu filho não olha nos seus olhos e não possui expressões faciais. O autista não atende às ações e pedidos das pessoas ao redor dele.
- Falta de comunicação verbal – as crianças autistas desenvolvem pouco a fala e aquelas que a possuem utilizam apenas para pedir o que querem, não para estabelecer um diálogo. Além da falta de comunicação verbal, o autista também não se comunica por gestos.
- Esteriotipia – concentração durante muito tempo em um único objeto, não evoluindo nas brincadeiras com o mesmo nem com outras pessoas.
- Desenvolvimento – pais devem ficar atentos ao desenvolvimento da criança desde os primeiros meses. Entre alguns aspectos que podem ser analisados, verifique se a criança consegue sentar-se e olhar nos olhos das pessoas aos quatro meses, emitir sons até os cinco, engatinhar aos seis e estranhar pessoas aos oito meses.
Existem diferentes métodos e tratamentos criados para pacientes com traços autistas, e cada instituição ou profissional costuma eleger os seus. Confira os principais:
- Son-Rise – é uma terapia domiciliar que procura estabelecer a comunicação entre o autista e outra pessoa, sem interferências externas de ruídos, imagens e até mesmo outras pessoas. É focada principalmente no aspecto lúdico. O tratamento pode se estender a consultórios e escolas. O método também pode ser aplicado pela família, depois de orientada por um profissional capacitado.
- Tecch – baseia-se na estruturação do ambiente físico por meio de rotinas organizadas em agendas e sistemas de trabalho. O método adapta o ambiente para tornar mais fácil ao autista compreender o que se espera dele.
- Pecs – sistema de comunicação através da troca de figuras. O apoio visual e o reforço são os principais norteadores. Visa a mostrar ao educando que por meio da comunicação ele pode conseguir o que deseja.
- Psicanálise – acredita que o transtorno é resultado do desencontros na relação entre mãe e bebê. Por meio de sessões, busca reorganizar esse laço familiar desde o diagnóstico.
Fonte: Fontes: psicóloga Juliana Alves Santiago e psicanalista e psicóloga Michele Kamers.

http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/impressa/11,2883969,157,14571,impressa.html

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