É preciso conhecer

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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Brasileiros desenvolvem games para auxiliar inclusão social de jovens autistas.

Além de conectar pessoas, a tecnologia também pode ser usada para reunir diferentes tipos de realidade. Prova disso é uma pesquisa de inclusão social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), que está desenvolvendo games para que crianças e jovens autistas, conhecidos por se fecharem em universos particulares, passem a se fixar mais no mundo a sua volta. A ideia deste tipo de tecnologia é estimular a capacidade de interação com outras pessoas por meio de jogos variados, desenvolvendo a comunicação e outras habilidades, como fala e leitura.
Um grupo de estudantes de mestrado e doutorado, coordenados por Alberto Raposo, professor do Departamento de Informática da PUC-Rio, desenvolve os games, que poderão ser jogados em tablets e celulares, com a possibilidade de dar ao profissional que trabalha com crianças e jovens autistas diversas opções de brincadeiras. É esperado que isso ajude o terapeuta, o professor ou até mesmo os pais dos autistas a escolherem as opções mais adequadas às necessidades e às preferências de cada um.

Por exemplo, se o objetivo for desenvolver ou avaliar o raciocínio lógico, é possível escolher um quebra-cabeças. Se o intuito for o de explorar a habilidade de sequenciamento, poderá ser escolhida uma história em que a criança precise concluir com a opção mais adequada. “Além das possibilidades de jogos, também pensamos em colocar diferentes imagens, para despertar um maior interesse do autista. Podem ser selecionados gatos, cachorros, leões, entre outras diversas opções”, informou o professor.

Um outro game, ainda em fase de aprimoramento, utiliza uma mesa touchscreen e pretende estimular principalmente a capacidade de comunicação entre autistas. No aplicativo, duas crianças ou jovens precisam vestir um jogador de futebol com o uniforme do time (camisa, calção, chuteiras e meião), mas só conseguem cumprir a tarefa se ambos colaborarem entre si e, por meio de comunicação, mantiverem o timing.

“Essa necessidade de sincronismo faz com que os jogadores tenham que se comunicar entre si e, mais do que isso, colaborar um com o outro, comportamento que os autistas não costumam ter. A prática pode contribuir para que eles desenvolvam mais a fala, as capacidades cognitivas e a interação social”, explicou Raposo. Para aprimorar o game, os desenvolvedores colocaram uma voz ao fundo, que descreve o que está acontecendo e incentiva os participantes.

A previsão é de que até o final de 2015 esses games já estejam prontos para teste e avaliação. Os subsídios para desenvolver os jogos foram recebidos do programa de Apoio ao Desenvolvimento de Tecnologias Assistivas, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

(Agência Gestão CT&I, com informações da Faperj e Confap)

ESCRITO POR AGÊNCIA GESTÃO CT&I