Rio -  Cada vez mais cientistas têm se dedicado a investigar fatores genéticos e ambientais relacionados a diferentes tipos de autismo. Pesquisa publicada na revista da Associação Médica Americana (JAMA) diz que o consumo diário de ácido fólico (vitamina B9) pela mulher, antes de engravidar e nas primeiras semanas de gestação, reduz em até 40% o risco de a criança apresentar autismo. O ácido fólico é encontrado em forma de suplementos e está presente em alimentos como vísceras de animais, verduras de folha verde, legumes, frutos secos, grãos integrais e levedura de cerveja.
Os autores analisaram dados de 85.176 crianças norueguesas nascidas entre 2002 e 2008, durante três a dez anos, e de suas famílias. Eles já sabiam que o ácido fólico usado no primeiro trimestre de gravidez previne contra anomalias no feto, como defeito na formação do cérebro e da medula, além de má formação da coluna. Mas a nova pesquisa não conseguiu explicar como o nutriente protege a criança contra problemas neurológicos.
“Alguns estudos sugerem que o autismo está relacionado a problemas na fase inicial de desenvolvimento do feto. É provável que o ácido fólico tenha papel protetor contra o autismo”, diz o psiquiatra Caio Abujadi, diretor clínico do Instituto Priorit, para crianças com dificuldades de comportamento, de aprendizagem ou de linguagem, no Rio de Janeiro.
Ainda segundo os autores, “há evidências de que suplementos de ácido estejam associados a um menor risco de problemas de atraso de linguagem em crianças.”
No estudo, os benefícios do ácido fólico, indispensável para a síntese da molécula de DNA, foram observados apenas em mulheres que usaram suplementos no período entre quatro semanas antes de engravidarem e oito semanas após o início da gestação.
Reportagem de Antônio Marinho
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