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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Dieta não influencia no autismo, constata novo estudo

Muitos pais submetem seus filhos autistas a dietas severas que excluem produtos que contenham glúten ou laticínios, convencidos de que problemas gastrointestinais são uma das causas subjacentes da doença. Mas um novo estudo sugere que o uso de dietas complicadas pode não ter justificativa científica.

Pesquisadores da Mayo Clinic revisaram os registros médicos de mais de 100 crianças autistas que hoje têm mais de 18 anos de idade, e os compararam aos de 200 crianças que não sofrem do distúrbio.

Eles não encontraram diferenças na incidência geral de problemas gastrointestinais entre os dois grupos, ainda que as crianças autistas sofressem com mais frequência de acessos de constipação, e apresentassem maior probabilidade de ser altamente seletivas quanto aos alimentos consumidos e de encontrar dificuldade para ganhar peso.

O estudo, publicado em maio pela revista Pediatrics, foi o primeiro a comparar a incidência de problemas gastrointestinais entre crianças comuns e a população autista, de acordo com o Dr. Samar Ibrahim, o autor do estudo, gastroenterologista pediátrico da Mayo Clinic.

"Não existe na verdade teste algum que tenha comprovado, até o momento, que uma dieta desprovida de glúten e de caseína atenue o autismo¿, disse Ibrahim. ¿Dietas como essas são difíceis de manter e podem ocasionalmente resultar em deficiências nutricionais".

O estudo constatou que a maioria das crianças, autistas ou não, sofrem de surtos ocasionais de problemas gastrointestinais, como constipação, diarreia ou vômito. Seletividade excessiva quanto aos alimentos também é um problema comum.

Tradução: Paulo Migliacci ME
The New York Times

Um comentário:

Kika disse...

A notícia que você está transmitindo aqui no seu Blog a respeito da dieta para o Autismo, foi editada pelo Jornal.
Mas o problema não é este, desde que o jornal não tivesse cortado duas partes muito importantes, que constam na matéria original no site da clinica MAYO:
1- "esses tratamentos não devem ser fornecidos indiscriminadamente a crianças com autismo não ser que haja evidência explícita indicando a presença de um distúrbio gastrointestinal em um caso específico", autores do estudo escreveu.
2- Dr. Mark Gilger, chefe de Gastroenterologia Pediátrica da Texas Children's Hospital, em Houston, disse que não acha que o estudo resolvido a questão intensamente debatida.

Portanto, o estudo reconhece que a dieta pode ser aplicada, desde que exames apontem deficiências/necessidades nas crianças, e reconhece que não é conclusivo, havendo novos estudos a serem feitos.

Site matéria original:
http://www.theautismnews.com/tag/samar-ibrahim/