Trabalhar com educação especial, ainda mais com autistas, é um desafio. Desafio prontamente aceito pela professora de educação física Carolina Aparecida de Castro Granato, de Volta Redonda. Ela começou a trabalhar com natação para autistas em 2002, quando fazia pós-graduação em educação especial. “Já trabalhava com autismo desde 1999, e com natação há mais tempo. Estava fazendo pós, e fui pesquisar sobre o assunto. E eu não achava material, nada havia sido publicado no Brasil”, diz. Em 2003, ela começou a escrever. “Escolhi o assunto pela afinidade que tenho com o tema, e também pela falta de referências bibliográficas que eu constatei”. Resultado: lançou o livro “Natação Para Autistas”. Em seu livro, Carolina inicia falando sobre os conceitos da natação. “A natação não é só o nado, técnico. É muito mais do que isso. Faço essa explicação até para evitar qualquer interpretação errada, pois o autista não vai sair nadando. A aula, para ele, é um processo para ajudar no tratamento, na socialização”, explica. - Depois, eu conceituo o autismo. Falo de diagnóstico, teorias, dou dicas de ensino para pessoas que são portadoras da doença. Ao final, falo sobre a minha experiência com natação para autistas. As etapas de adaptação, como foi no fundo, como foi no raso, a resposta de cada um - detalha.Carolina também comenta resultados: “Fiz uma análise da habilidade aquática no início, depois com três meses de aulas, e depois com seis. Ao final, eles já estão nadando, mostrando uma afinidade muito grande com a água”. A professora dá aulas no Parque Aquático Municipal. Segundo ela, o diferencial está na composição das turmas - as aulas são individualizadas. “Também usei a metodologia nas turmas regulares”, diz. “Mas é importante ressaltar que os autistas têm menor capacidade de concentração, são hiper-ativos. Então evito o excesso de material na piscina e trabalho a concentração e a comunicação, dando limites e regras”, explica, ressaltando que o essencial é trabalhar com eles o “olho no olho”. Nas aulas, há música, apreciada pelos alunos. “Eles respondem muito bem”, enfatiza.Quando um novo aluno se matricula, há todo um processo, em que é feita uma entrevista com os responsáveis. “Perguntamos qual a relação que o paciente tem com a água, além de rotina, medicamentos. E é unanimidade: todos eles têm uma boa relação com o meio aquático”, destaca Carolina.- O melhor de trabalhar com essas turmas especiais é o carinho que eles sentem. Isso é a maior recompensa, principalmente quando vem dos autistas. Ao contrário do que muitos pensam, eles têm sentimentos sim, mas possuem dificuldade para lidar com eles, para expressá-los. Então, quando a gente sente isso vindo deles, todo o carinho, isso não tem preço. O LIVRO - “Natação Para Autistas” foi lançado no início do mês, apresentado no Fórum Internacional de Saúde, Esporte e Lazer, no Sesc (Serviço Social do Comércio), no Rio de Janeiro. “Até onde me consta, não há ainda nenhuma literatura sobre o assunto, nem mesmo na Internet, então estou estudando com a editora a viabilização do livro para vendas na rede também, pelas lojas virtuais”, diz a autora, destacando que a primeira edição está praticamente esgotada.Carolina é formada em educação física pelo UniFOA (Centro Universitário de Volta Redonda), com pós-graduação em educação especial pela Universidade Gama Filho. Um pouco sobre o autismo• O QUE É - Autismo é uma desordem na qual uma criança jovem não pode desenvolver relações sociais normais, se comporta de modo compulsivo e ritualista, e geralmente não desenvolve inteligência normal. O autismo é uma patologia diferente do retardo mental ou da lesão cerebral, embora algumas crianças com autismo também tenham essas doenças. Sinais de autismo normalmente aparecem no primeiro ano de vida e sempre antes dos três anos de idade. A desordem é duas a quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas. • CAUSAS - A causa do autismo não é conhecida. Estudos de gêmeos idênticos indicam que a desordem pode ser, em parte, genética, porque tende a acontecer em ambos os gêmeos se acontecer em um. Embora a maioria dos casos não tenha nenhuma causa óbvia, alguns podem estar relacionados a uma infecção viral (por exemplo, rubéola congênita ou doença de inclusão citomegálica), fenilcetonúria (uma deficiência herdada de enzima), ou a síndrome do X frágil (uma dosagem cromossômica). • CARACTERÍSTICAS - Dificuldade na interação social: dificuldade acentuada no uso de comportamentos não-verbais (contato visual, expressão facial, gestos); dificuldade em fazer amigos; apresenta dificuldade em compartilhar suas emoções; dificuldade em demonstrar reciprocidade social ou emocional. Prejuízos na comunicação: atraso ou falta de linguagem verbal; para aqueles onde a fala é presente, verifica-se uma grande dificuldade em iniciar ou manter uma conversa; uso estereotipado e repetitivo da linguagem; falta ou dificuldade em brincadeiras de “faz de conta”. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades: preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados; assumir de forma inflexível rotinas ou rituais (ter “manias” ou focalizar-se em um único assunto de interesse); maneirismos motores estereotipados (agitar ou torcer as mãos, por exemplo); preocupação insistente com partes de objetos, em vez do todo (fixação na roda de um carrinho, por exemplo).
••• Fontes: ABC da Saúde e Wikipédia
Serviço
Natação Para Autistas -
De Carolina Aparecida de Castro Granato.
Editora Publit; 84 páginas.
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novo e-mail da autora: Carolina Granato carolgranato@gmail.com
Pessoal façam contato diretamente com ela para compra do livro. Apenas divulguei a matéria , OK?
Marcio Vieira
novo e-mail da autora: Carolina Granato carolgranato@gmail.com
Pessoal façam contato diretamente com ela para compra do livro. Apenas divulguei a matéria , OK?
Marcio Vieira