Na opinião da psiquiatra e psicóloga Michele Kamers, professora do departamento de Psicologia da Furb, instituições que atendem a crianças com traços autísticos funcionam como escola especializada. Para ela, o ideal seria a busca de tratamento com algum profissional da psicologia, que visa a reorganização dos laços familiares para tratar o problema.
Paralelamente ao atendimento direcionado, as crianças com autismo podem frequentar o ensino regular, direito garantido por lei.
De acordo com a diretora da Instituição Inspirados pelo Autismo, Mariana Tolezani, o envolvimento dos pais é fundamental.
A instituição trouxe a aplicação de um dos métodos de tratamento para o Brasil, o Son-Rise (veja quadro), que é transmitido a pais e profissionais em workshops.
– O que despertou o meu interesse no Son-Rise foi o diferencial na abordagem lúdica respeitosa para a valorização do relacionamento com as pessoas com autismo, para auxiliar a pessoa a desenvolver suas habilidades sociais, emocionais e cognitivas por meio de interações prazerosas e motivadoras. Considero de muita eficácia que os pais sejam treinados, fazendo sessões domiciliares – afirma Mariana.
A maioria dos tratamentos é voltada para crianças que apresentam traços autísticos, que podem se desenvolver muito além das expectativas ou ainda reverter o quadro.
De acordo com Michele, em adultos, como o quadro de desenvolvimento já está estabelecido e, por vezes, avançado, os tratamentos consistem em criar condições de vida mais humanizadas para o paciente.
- Falta de interação social – preste atenção se o seu filho não olha nos seus olhos e não possui expressões faciais. O autista não atende às ações e pedidos das pessoas ao redor dele.
- Falta de comunicação verbal – as crianças autistas desenvolvem pouco a fala e aquelas que a possuem utilizam apenas para pedir o que querem, não para estabelecer um diálogo. Além da falta de comunicação verbal, o autista também não se comunica por gestos.
- Esteriotipia – concentração durante muito tempo em um único objeto, não evoluindo nas brincadeiras com o mesmo nem com outras pessoas.
- Desenvolvimento – pais devem ficar atentos ao desenvolvimento da criança desde os primeiros meses. Entre alguns aspectos que podem ser analisados, verifique se a criança consegue sentar-se e olhar nos olhos das pessoas aos quatro meses, emitir sons até os cinco, engatinhar aos seis e estranhar pessoas aos oito meses.
Existem diferentes métodos e tratamentos criados para pacientes com traços autistas, e cada instituição ou profissional costuma eleger os seus. Confira os principais:
- Son-Rise – é uma terapia domiciliar que procura estabelecer a comunicação entre o autista e outra pessoa, sem interferências externas de ruídos, imagens e até mesmo outras pessoas. É focada principalmente no aspecto lúdico. O tratamento pode se estender a consultórios e escolas. O método também pode ser aplicado pela família, depois de orientada por um profissional capacitado.
- Tecch – baseia-se na estruturação do ambiente físico por meio de rotinas organizadas em agendas e sistemas de trabalho. O método adapta o ambiente para tornar mais fácil ao autista compreender o que se espera dele.
- Pecs – sistema de comunicação através da troca de figuras. O apoio visual e o reforço são os principais norteadores. Visa a mostrar ao educando que por meio da comunicação ele pode conseguir o que deseja.
- Psicanálise – acredita que o transtorno é resultado do desencontros na relação entre mãe e bebê. Por meio de sessões, busca reorganizar esse laço familiar desde o diagnóstico.
Fonte: Fontes: psicóloga Juliana Alves Santiago e psicanalista e psicóloga Michele Kamers.
http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/impressa/11,2883969,157,14571,impressa.html
terça-feira, 27 de abril de 2010
terça-feira, 13 de abril de 2010
Manual sobre tecnologia assistiva nas escolas para acessibilidade sócio-digital
O ITS Brasil (Instituto de Tecnologia Social) produziu um ótimo manual sobre TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS ESCOLAS: recursos básicos de assessibilidade sócio-digital para pessoas com deficiência.
A publicação, numa linguagem bem acessível, trata de várias deficiências e das possibilidades de recursos pedagógicos. Diferente de outros materiais didáticos, ele discute e da destaque para o autismo. O material possui 61 páginas e é publicado em PDF e distribuído gratuitamente.
Basta acessar o site e baixar o material: http://www.assistiva.org.br/sites/default/files/TecnoAssistiva.pdf
ITS Brasil
Marcio Vieira
A publicação, numa linguagem bem acessível, trata de várias deficiências e das possibilidades de recursos pedagógicos. Diferente de outros materiais didáticos, ele discute e da destaque para o autismo. O material possui 61 páginas e é publicado em PDF e distribuído gratuitamente.
Basta acessar o site e baixar o material: http://www.assistiva.org.br/sites/default/files/TecnoAssistiva.pdf
ITS Brasil
Marcio Vieira
domingo, 11 de abril de 2010
Novas descobertas sobre o autismo
Novas descobertas sobre o autismo
Redação SRZD | Ciência e Saúde |
impressão | Envie por e-mail | RSS
Após anos no escuro, uma luz para quem sofre de autismo. Cientistas de Harvard descobriram seis genes envolvidos no distúrbio que sugerem que a doença se desenvolva nos cérebros incapazes de realizar novas conexões. O mais importante do estudo é mostrar que a doença é tão individual que um simples teste genético não é capaz de detectá-la.
A descoberta explica também porque programas de educação para crianças autistas surtem efeitos: eles estimulam genes ligados à experiência que estavam "desligados". "Os circuitos estão lá, mas você precisa dar um empurrão extra neles", explica o Dr Gary Goldstein, do Instituto Kennedy Krieger de Baltimore, nos Estados Unidos.
Estudos com famílias que apresentam diversos casos da doença mostraram que genes são determinantes para a formação do autismo. Porém, segundo o Dr Chistopher Walsh, chefe de genética do Hospital Infantil de Boston, nos EUA, eles correspondem apenas a 15% da doença. "Quase toda criança autista tem sua causa particular para o distúrbio", afirma.
Para chegar a maiores resultados, a equipe de Walsh foi até o Oriente Médio para investigar a existência de genes raros - lá, as famílias são grandes e é comum primos se casarem. 88 famílias com altos índices de autismo foram recrutadas na Jordânia, Arábia Saudita, Kuwait, Paquistão, entre outros, e tiveram seus DNAs comparados. Em algumas, foram achados grandes buracos no código genético, nos quais cerca de pelo menos seis genes eram ligados ao autismo.
Com isso, ficou mais próxima a hipótese de que o autismo é ligado à desordem nas sinapses - ligações químicas realizadas entre extremidades de neurônios. Isso porque todos os genes em falta eram ligados à aprendizagem, que é obtida através da resposta sináptica de neurônios a novas experiências.
Apesar de parecer ruim, a descoberta feita no Oriente Médio é considerada "esperançosa", pelo Dr Walsh. Segundo ele, o DNA em falta nem sempre se acarreta falta de genes. Na verdade, muitos genes estão apenas "dormindo", precisando de estímulos para funcionar e realizar sinapses.
"Essa pode ser uma maneira antecipada de desenvolver terapias ao longo prazo para autistas: identificar crianças nas quais os genes não estão"ligados" da maneira certa", defende Walsh.
http://www.sidneyrezende.com/noticia/14871
Redação SRZD | Ciência e Saúde |
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Após anos no escuro, uma luz para quem sofre de autismo. Cientistas de Harvard descobriram seis genes envolvidos no distúrbio que sugerem que a doença se desenvolva nos cérebros incapazes de realizar novas conexões. O mais importante do estudo é mostrar que a doença é tão individual que um simples teste genético não é capaz de detectá-la.
A descoberta explica também porque programas de educação para crianças autistas surtem efeitos: eles estimulam genes ligados à experiência que estavam "desligados". "Os circuitos estão lá, mas você precisa dar um empurrão extra neles", explica o Dr Gary Goldstein, do Instituto Kennedy Krieger de Baltimore, nos Estados Unidos.
Estudos com famílias que apresentam diversos casos da doença mostraram que genes são determinantes para a formação do autismo. Porém, segundo o Dr Chistopher Walsh, chefe de genética do Hospital Infantil de Boston, nos EUA, eles correspondem apenas a 15% da doença. "Quase toda criança autista tem sua causa particular para o distúrbio", afirma.
Para chegar a maiores resultados, a equipe de Walsh foi até o Oriente Médio para investigar a existência de genes raros - lá, as famílias são grandes e é comum primos se casarem. 88 famílias com altos índices de autismo foram recrutadas na Jordânia, Arábia Saudita, Kuwait, Paquistão, entre outros, e tiveram seus DNAs comparados. Em algumas, foram achados grandes buracos no código genético, nos quais cerca de pelo menos seis genes eram ligados ao autismo.
Com isso, ficou mais próxima a hipótese de que o autismo é ligado à desordem nas sinapses - ligações químicas realizadas entre extremidades de neurônios. Isso porque todos os genes em falta eram ligados à aprendizagem, que é obtida através da resposta sináptica de neurônios a novas experiências.
Apesar de parecer ruim, a descoberta feita no Oriente Médio é considerada "esperançosa", pelo Dr Walsh. Segundo ele, o DNA em falta nem sempre se acarreta falta de genes. Na verdade, muitos genes estão apenas "dormindo", precisando de estímulos para funcionar e realizar sinapses.
"Essa pode ser uma maneira antecipada de desenvolver terapias ao longo prazo para autistas: identificar crianças nas quais os genes não estão"ligados" da maneira certa", defende Walsh.
http://www.sidneyrezende.com/noticia/14871
Descoberta que abre caminho para tratar autismo
Descoberta que abre caminho para tratar autismo
Cientistas do Carnegie Mellon conseguiram perceber como cérebro codifica substantivos
Os neurocientistas Marcel Just e Vladimir Cherkassky e os cientistas informáticos Tom Mitchell e Sandesh Aryal, da Universidade de Carnegie Mellon, parceira de nove instituições do Ensino Superior de Portugal, conseguiram determinar como é que o cérebro organiza representações de substantivos, combinando imagens cerebrais e técnicas de aprendizagem mecânica. O estudo foi publicado na revista científica «PLoS One».
Esta novidade surge como uma espécie de Pedra de Roseta neural, e um importante avanço para o tratamento de doenças do foro psiquiátrico e neurológico, ao permitir compreender como é que o cérebro codifica os substantivos.
“Descobrimos como é que o dicionário cerebral está organizado”, explica Marcel Just, professor de Psicologia e director do Center for Cognitive Brain Imaging. “Não é apenas uma ordem alfabética ou segundo cores e tamanhos. Fá-lo através de três características básicas usadas pelo cérebro para definir substantivos comuns como ‘apartamento’, ‘martelo’ e ‘cenoura’”.
Este estudo permitiu, pela primeira vez, identificar pensamentos estimulados por palavras isoladas com precisão, através de imagens cerebrais, ao contrário de estudos anteriores que recorriam a estímulos visuais ou combinados com palavras. A equipa foi também capaz de prever onde se daria a activação mediante um substantivo apresentado aos participantes. A comparação de imagens sobre os resultados esperados e obtidos mostram que as teorias geram previsões bastante precisas.
Pensamentos estimulados por palavras isoladas
Pensamentos estimulados por palavras isoladas
Nas doenças psiquiátricas e neurológicas, os significados de certos conceitos estão, por vezes, distorcidos. Estas novas técnicas tornam possível a medição dessas distorções e apontar um caminho para as contrariar. Por exemplo, uma pessoa com agorafobia, medo de espaços abertos, pode ter uma codificação exagerada da dimensão abrigo. Uma pessoa com autismo pode ter uma codificação mais fraca em contacto social.
Três códigos, três fundamentos
Os três códigos ou características relacionam-se com três fundamentos: como é que nos relacionamos fisicamente com o objecto (como o seguramos, por exemplo); como é que está relacionado com o acto de comer; ou com a ideia de abrigo.
Os três factores, cada um codificado entre três a cinco diferentes áreas do cérebro, foram descobertos através de um algoritmo, que procurou pontos comuns entre zonas cerebrais dos participantes que respondiam a 60 substantivos que descrevem objectos físicos. Por exemplo, a palavra “apartamento” provocou alta activação nas cinco áreas que codificam palavras relacionadas com “abrigo”.
A investigação demonstrou também que o significado dos substantivos é codificado de forma similar no cérebro dos vários participantes. “Este resultado demonstra que, quando duas pessoas pensam sobre a palavra ‘martelo’ ou ‘casa’, os padrões de activação cerebral são bastante similares”, confirma Tom Mitchell, responsável pelo Machine Learning Department na School of Computer Science.
Moldar o cérebro
Avanço pode ajudar a tratar autismo
Avanço pode ajudar a tratar autismo
Jaime Cardoso, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, está desde Janeiro neste departamento da Universidade de Carnegie Mellon – no âmbito do programa de intercâmbio de professores –, a colaborar na área de investigação em aprendizagem automática (machine learning), visão computacional e em sistemas de apoio à decisão que beneficiem as duas áreas anteriores.
Trata-se de uma iniciativa que se traduz numa oportunidade única para os académicos e para as instituições, pela imersão cultural dos docentes e pela promoção de mudanças positivas através da adopção das melhores práticas na educação, na investigação e na inovação.
Esta descoberta tem ainda implicações no desenvolvimento e nos testes a nível neural: “Nós ensinamos a mente, mas estamos a moldar o cérebro, e agora podemos testar o cérebro sobre o quão bem aprendeu um conceito”, conclui Marcel Just.
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=40889&op=all
Senador Paim manifesta-se sobre o dia Mundial do Autismo
O senador Paulo Paim (PT-RS) lembrou nesta segunda-feira (5) que na última sexta-feira (2) foi comemorado o Dia Mundial pela Conscientização do Autismo, um transtorno que altera o comportamento de crianças e nem sempre é percebido pelos pais, professores e amigos.
Paim disse que está satisfeito por ter sido escolhido, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), como relator da proposta apresentada pela Associação em Defesa do Autista (Adefa). Segundo ele, o projeto prevê a criação de uma sistema nacional integrado de atendimentos à pessoa autista.
O senador Marco Maciel (DEM-PE) disse, em aparte, que o Brasil está avançando no trato dessa disfunção, mas ainda é preciso conscientizar a todos da importância de pesquisar tratamentos eficazes e que levem à cura do autismo. Maciel assinalou que um problema começa a ser resolvido quando se toma consciência dele.
Da Redação / Agência Senado
Veja matéria completa e vídeo do senado no link:
http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=100685&codAplicativo=2
domingo, 4 de abril de 2010
No Dia do Autismo, 2 de abril, ONU pede conscientização e inclusão
O Brasil não tem estatística sobre o autismo, mas nos Estados Unidos e Europa já se fala sobre a maior epidemia do mundo, saltando de um caso a cada 2.500 pessoas na década de 1990, para o número assustador atual de uma pessoa com autismo a cada 120. Estimou-se em 2007 que no Brasil, país com uma população de cerca de 190 milhões de pessoas naquele ano, havia cerca de 1 milhão de casos de autismo, segundo o Projeto Autismo, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo. No mundo, há mais de 35 milhões de pessoas com autismo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem.
A fim de alertar o planeta para essa tão séria questão, a ONU (Organização das Nações Unidas) criou em 2008 o Dia Mundial da Conscientização do Autismo (World Autism Awareness Day), no dia 2 de abril de cada ano. Para 2010, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou a importância da inclusão social. “Lembremo-nos que cada um de nós pode assumir essa responsabilidade. Vamos nos unir às pessoas com autismo e suas família para uma maior sensibilização e compreensão”, disse ele na mensagem deste ano, mencionando ainda a complexidade do autismo, que precisa de muita pesquisa. Vários monumentos e grandes construções ao redor do mundo se propuseram a iluminar-se de azul como manifestação em favor dessa conscientização no dia 2, como o prédio Empire State, em Nova York, nos Estados Unidos.
No Brasil, é preciso alertar, sobretudo, as autoridades e governantes para a criação de políticas de saúde pública para o tratamento e diagnóstico do autismo, além de apoiar e subsidiar pesquisas na área. Somente o diagnóstico precoce, e consequentemente iniciar uma intervenção precoce, pode oferecer mais qualidade de vida às pessoas com autismo, para a seguir iniciarmos estatísticas na área para termos idéia da dimensão dessa realidade no Brasil. E mudá-la.
O autismo faz parte de um grupo de desordens do cérebro chamado de Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (TID) – também conhecido como Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD). Para muitos, o autismo remete à imagem dos casos mais graves, mas há vários níveis dentro do espectro autista. Nos limites dessa variação, há desde casos com sérios comprometimentos do cérebro a raros casos com diversas habilidades mentais, com a Síndrome de Asperger (um tipo leve de autismo) – atribuído inclusive a aos gênios Leonardo Da Vinci, Michelangelo, Mozart e Einstein.
A medicina e a ciência de um modo geral sabem muito pouco sobre o autismo, descrito pela primeira vez em 1943 e somente 1993 incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID 10) da Organização Mundial da Saúde como um transtorno invasivo do desenvolvimento. Muitas pesquisas ao redor do mundo tentam descobrir causas, intervenções mais eficazes e a tão esperada cura. Atualmente diversos tratamentos podem tornar a qualidade de vida da pessoa com autismo sensivelmente melhor.
Para este ano haverá, entre outros eventos promovidos pela ONU, o lançamento do documentário "A Mother’s Courage: Talking Back to Autism” (Coragem de mãe: falando sobre o autismo, em tradução livre), narrado pela premiada atriz Kate Winslet (de Titanic). O filme fala sobre uma mãe islandesa que viaja para os Estados Unidos em busca de novas terapias para o filho que é autista.
Além do dia 2, o mês de abril é considerado o mês da conscientização do autismo no mundo.
PAIVA JUNIOR
Jornalista, MTb: 33.245
A fim de alertar o planeta para essa tão séria questão, a ONU (Organização das Nações Unidas) criou em 2008 o Dia Mundial da Conscientização do Autismo (World Autism Awareness Day), no dia 2 de abril de cada ano. Para 2010, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou a importância da inclusão social. “Lembremo-nos que cada um de nós pode assumir essa responsabilidade. Vamos nos unir às pessoas com autismo e suas família para uma maior sensibilização e compreensão”, disse ele na mensagem deste ano, mencionando ainda a complexidade do autismo, que precisa de muita pesquisa. Vários monumentos e grandes construções ao redor do mundo se propuseram a iluminar-se de azul como manifestação em favor dessa conscientização no dia 2, como o prédio Empire State, em Nova York, nos Estados Unidos.
No Brasil, é preciso alertar, sobretudo, as autoridades e governantes para a criação de políticas de saúde pública para o tratamento e diagnóstico do autismo, além de apoiar e subsidiar pesquisas na área. Somente o diagnóstico precoce, e consequentemente iniciar uma intervenção precoce, pode oferecer mais qualidade de vida às pessoas com autismo, para a seguir iniciarmos estatísticas na área para termos idéia da dimensão dessa realidade no Brasil. E mudá-la.
O autismo faz parte de um grupo de desordens do cérebro chamado de Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (TID) – também conhecido como Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD). Para muitos, o autismo remete à imagem dos casos mais graves, mas há vários níveis dentro do espectro autista. Nos limites dessa variação, há desde casos com sérios comprometimentos do cérebro a raros casos com diversas habilidades mentais, com a Síndrome de Asperger (um tipo leve de autismo) – atribuído inclusive a aos gênios Leonardo Da Vinci, Michelangelo, Mozart e Einstein.
A medicina e a ciência de um modo geral sabem muito pouco sobre o autismo, descrito pela primeira vez em 1943 e somente 1993 incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID 10) da Organização Mundial da Saúde como um transtorno invasivo do desenvolvimento. Muitas pesquisas ao redor do mundo tentam descobrir causas, intervenções mais eficazes e a tão esperada cura. Atualmente diversos tratamentos podem tornar a qualidade de vida da pessoa com autismo sensivelmente melhor.
Para este ano haverá, entre outros eventos promovidos pela ONU, o lançamento do documentário "A Mother’s Courage: Talking Back to Autism” (Coragem de mãe: falando sobre o autismo, em tradução livre), narrado pela premiada atriz Kate Winslet (de Titanic). O filme fala sobre uma mãe islandesa que viaja para os Estados Unidos em busca de novas terapias para o filho que é autista.
Além do dia 2, o mês de abril é considerado o mês da conscientização do autismo no mundo.
PAIVA JUNIOR
Jornalista, MTb: 33.245
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